Esta gravura de Debret mostra no início do século XIX uma das formas em que o escravo era castigado. Na imagem principal vemos um capataz branco açoitando um negro escravo. O escravo esta amarrado e com as pernas e braços cruzados por um pau. Este método foi usado até recentemente, final da décadas de 80 pela polícia brasileira para extrair confissões de suspeitos. É o chamado pau-de-arara.
Quando entrei na polícia este método já tinha sido abolido, tanto é que nunca vi alguém ser torturado desta forma. Apenas ouvi váris histórias contadas pelos mais antigos. Infringir sofrimento físico ou ameaça-lo de fazer sempre foi uma prática adotada na humanidade para impor medo, respeito e submissão. Razão pela qual sou a favor de castigos físicos como método de penalidade com fazem alguns países do Oriente, em especial as nações muçulmanas baseadas na lei Sharia. Sei que minhas convicções são impopulares e não servem para eu candidatar-me a nenhum presépio como cordeiro. Mas sou suficientemente inteligente para não aplicar minhas convicções no meu trabalho, caso contrário já teria arrumado confusão na corregedoria e na pior nas hipóteses estaria preso e expulso da polícia por CRIME HEDIONDO DE TORTURA.
É óbvio que as cenas da pintura de Debret são reprováveis. Eu não sei o que estes escravos fizeram, mas quem escraviza o próximo baseado apenas em conceito de etnia é que deveria ir para o pau-de-arara. O pior que estes cretinos fizeram não foi bater nos negros, foi eles mandarem negros açoitarem negros como se vê na imagem ao fundo. Acredito que muitos escravos que açoitavam seu irmãos sofriam mais na sua consciência do que o que apanhava sofria em sua carne.
Imagino o estado de espírito deste negro no pau-de-arara, o uo outro amarrado na árvore. Além de sofrem como escravo sem espectativa nenhuma de progresso na vida, ainda tinham que suportar humilhações terríveis como esta. Imagine você amarrado e tomando açoites nas costas diante da sua mulher e filhos, além da condição de escravo.
Sinceramente me alegro quando vejo alguns negros do meu círculo de conhecidos estarem posição social melhor. Foram séculos de sofrimento por pertencer a uma etnia de escravos, pobres e bandidos. Cada negro que vence na vida deve ser um exemplo da igualdade entre os humanos independente da cor da sua pele.
Estes dias fiz um Curso intensivo de 40 dias de carreira policial e um dos meus professores era o delegado Cunha, um negro azulão com vários cursos pela SWAT. A uma hora atrás antes de publicar esta postagem o Investigador Reginaldo (negro-azulão) também trouxe suspeitos para a minha sala para serem interrogados e gosto de ver negros na polícia, pois isso inibe os que tem pré-disposição ao racismo. Assim, nunca vi algum bandido ao tomar "dura" ser humilhado por algum policial com palavras tipo: "negro safado", "preto filho da ...." ou outros termos chulos com teor racial.
O racismo é como a febre aftosa, nunca mais tivemos no nosso rebanho, mas também nunca devemos deixar de aplicar vacina repudiando qualquer forma de humilhação racial para que nunca mais na HISTÓRIA DO BRASIL, um negro seja espancado na rua pela simples condição étnica e da cor das sua pele.
Apenas comentando a respeito de negros castigando negros. Sim, havia situações como essa, onde escravos eram forçados a auxiliar no castigo de seus semelhantes, mas eram minoria.
ReplyDeleteNa verdade havia uma prática colonial velada em tirar proveito das rivalidades tribais e étnicas entre os escravos, utilizando ódios antigos como meio de controle.
Assim tome-se as etnias A e B, por exemplo: ambas inimigas mortais em solo africano. Os senhores contratavam negros de etnia A libertos ou compravam-nos deliberadamente e os libertavam para que servissem como feitores de grandes grupos de escravos da etnia B. Do mesmo modo, senhores de terra que tivessem grandes grupos de escravos A procurariam contratar feitores B para suas fazendas.
Dá para imaginar então que tal feitor não teria nenhum peso na consciência de castigar seus inimigos. Em casos relatados de rebeliões de escravos, isso explica a violência extrema dedicada a esses feitores negros, muitas vezes maior do que a cometida contra os brancos.